Ora hoje são...

Este blog possui atualmente:
Comentários em Artigos!
Widget UsuárioCompulsivo

Pesquisar neste blogue

sábado, 26 de novembro de 2011

Fibra Humana #2

"É do pó vermelho e da terra castanha que extraímos o Ferro, aquele que usamos para abominar a Natureza de aço e betão, e devastar o Ser Humano com balas. De quem mais nos dá é de quem agradecemos menos"

sábado, 8 de outubro de 2011

Fibra Humana #1

"Somos seres complexos e imprevisíveis, em que a nossa inteligência nos fez compreender para além das limitações. Só assim é que transformamos Pedra em Castelos, Ervas e Flores em Perfumes e o Veneno em na Cura." - Iuri Oliveira

domingo, 2 de outubro de 2011

Variações de um Rebelde #38 Castanho


Esta é a cor da minha pele. É a cor que pinta o meu corpo, o meu rosto, é a cor dos meus olhos e dos meus grossos cabelos.
Castanho é o nome do velho rei sem coroa que se sentou à espera de fruta e o tempo nunca lhe trouxe. É a cor das áridas pedras das muralhas e a cor natural do Outono.
Castanho é a cor da pobreza rica em grãos, sementes, missangas, frutas, areia, feijão, grão…
É a cor do tempo que pirraça e anseia por chuvas de Inverno…
Castanho…
Castanho escuro, castanho claro, beije. Da cor mão vem o vermelho, cor da Paixão, vem o loiro cor da Sedução. Laranja, cor da alegria, amarelo, a cor do Sol.
Nos cabelos dela há uma tela de mil castanhos espalhados dos quais eu nem sei o nome.
Cor do incenso, ouro e mirra que outrora os Reis Magos entregaram a Jesus nascido. A cor do vasto deserto.
É a cor do Samba e do Bolero. Cor da Rumba Porto-Riquenha e da Bossa-Nova. É a cor da morna Cabo-verdiana e dos instrumentos dos velhos músicos Afro-Cubanos.
Cor da Cruz…Cor do cântico da Ave-maria.
É a cor das casca grossa das mangueiras e dos coqueiros.
Cor do velho violão que soa e canta as rezas á volta da fogueira. Castanho é a cor do Destino.
Chocolate, Café, Avelã e Noz
É a cor do meu corar quando ela me acaricia.
Castanho é a cor dos velhos povos aniquilados pelos Colonizadores. É a cor da Música e do Chá. Cor da incerteza e da Revolta entre o leite branco e o Café…
Do pó e da Lama…

Cor do redondo seio quando descansa. Cor do Mistério e dos campos após a Guerra. É a cor de Marte e do gigante Júpiter. Cor das palavras e do Adeus. É o tom do meu Sentimento e do balanço da alegria. Cor da queda do dia e do início da Noite. É a cor da queda de Impérios e dos diamantes brutos e outras pedras mágicas que vêem o futuro nas mãos do velho Umbanda
Castanho é a cor da voz de Cesária Évora e da Mayra Andrade, cor da escrita de Alberto Caeiro.
Cor dos sabores dos pratos da minha Mãe e do tempero do meu Pai…
Cor do meu palco de sonhos e do meu Altar.
É a cor de Argila que cobre o meu olhar quando foges das minhas mãos enquanto te moldo.
Cor dos Efeitos e da Magia. Do murmurinho das Orações. Desta cor nasceu as pirâmides do Egipto e dos Incas. Desta nasceu o som dos três surdos Brasileiros, dos Palancas e das minhas cicatrizes. Do meu secreto esconderijo quando algo conspira contra mim.
É a cor que equilibra qualquer outra cor quando se encontra sozinha.
Cor de África, Índia, Equador, Abissínia e Tibete…Brasil, Indonésia e Cuba.
Cor do meu papel e do lápis que eu nele escrevo…

sábado, 1 de outubro de 2011

Variações de um Rebelde #37 Cidade de Deus

“Se olhares para a energia de outra Cidade admirável…multiplica por dois”
É inquestionável tal beleza, tal tamanho e simplicidade, tudo junto num só território onde se respira admiração. Neste espaço verde, atravessam caminhos de terra batida vermelha em que as margens são calçadas de gerebéras. A relva espelha a vontade da brisa do vento que ousa por vezes refrescar as cores e o sagrado espaço. À medida que se vai chegando mais perto do centro , vê-se arcos em tijolo de burro suspensos por grandes pilares desenhados com imagens aleatórias de todas as forças que invadem o Planeta.
Fogo, Ar, Terra, Água, Sol, Lua, Pó…
Ao entrar no centro do átrio principal, a Cópula erguida por dez pilares…Em volta desta, apenas pequenas casas de telhado laranja e rodeadas de Natureza, envolvem o lindo monumento que caracteriza a Cidade.
“A cidade onde a palavra Utopia jamais será usada. Cidade onde até o Fogo refresca e onde podemos tocar no Sol”
É nos tons de branco, beije, castanho escuro, Azul,. Laranja torrado, Verde Terra, que a Cidade se rege como vestes do Povo.
Velas e pequenas rochas, acompanham os estreitos caminhos por esta Cidadela. Todos fazem algo em troca de um sorriso, são olhares bonitos de tal forma que a própria inveja se transforma em gargalhadas difíceis de evitar.
As virtudes de um Homem podem ser semeadas em campos férteis e  dar frutos mágicos para se comer.
O cheiro da Metrópole é seco e suave…como o cheiro da chuva quando embate na terra…
O chilrear dos pássaros invoca a vontade de admirar as grandes trepadeiras que cobrem as casas e os caminhos. As cores todas são a mais perfeita mistura que jamais um pinto gostaria de ter na sua tela, pastosas e misturadas com água são a textura e a aguarela indicada para a ousadia da Perfeição.
As frutas e aromas são o fresco da Nação.
Tudo é espantoso ao ponto de se dançar à Lua e dar graças ao Sol…tudo se faz como se fossemos contemplados.
Da privada biblioteca do Velho Mágico, saem folhas soltas para darem cor ao transparente vento que vagueia. Da Cidade, desabrocha cascatas vindas dos quatro Oceanos que alimentam a Rebeldia dos Rios.
Por baixo da Cópula, um átrio de espelhos, ergue-se e faz frente ao infinito Céu
“Uma sala de espelhos”
Neste mesmo átrio, Mil-Homens gritam silêncios que se fazem ecoar por infinitos quilómetros.
Tais Cidades Megalómanas de Reis e Imperadores de todos os cantos do Mundo são obrigados a ajoelhar-se e a tirar as coroas com cortesia face a este altar.
“À mão de Deus, ninguém A pode culpar … e quem o tentar fazer terá a Sua ira”
Ao por do Sol dá-se a oração de agradecimento e no amanhecer boceja-se um dia ao Planeta.
“…sim meu caro mano, esta terra é para todos vivermos juntos e felizes…” Quintas 2011 9 20
Quem semear sonhos, colhe alegrias e é entre as brechas das alegrias que também há espaço para o silêncio, tristeza e para o soar de quatro acordes do piano…há espaço para o dia chorar e de tudo abrandar.
Há tempo para o orgasmo do silêncio vir à flor da pele, baixarmos o queixo e desavirmo-nos encharcar desvanecermos no equilíbrio da balança…tempo para o pó se misturar na chuva, tempo para as lágrimas formarem poças, tempo para o frio fazer atear a chama, tempo para o som das ondas, levemente, consumirmos a alma e deixarmos tudo ir…
“De jardins a Canteiros de água, de tristes Homens a Estátuas de Heróis”
Todos os dias o coração bate, com ele é acompanhado uma energia quente cheia de coragem. Quando parei e contemplei este local, tudo serviu para me mostrar o quanto nós somos pequenos face ao grande Hércules. Ao mesmo tempo mostrou-me que nem sempre o grande peixe é que come o pequeno. Fez-me ver que há quem ainda acredite que, há quem ame, há quem viva com nada e do nada consiga fazer tudo.
Sou um rapaz que amo O Deus Natureza mais que qualquer coisa no Mundo. Sou um rapaz que amo mais que tudo aqueles que me saúdam…sou aquele que mais que ninguém gostava de conseguir carregar todas as coisas e pessoas que mais amo às costas e colocá-las neste local que é o meu repouso, o meu credo e o meu cubículo que a minha imaginação ousou criar para eu repousar.
Aqui estou, este sou eu…um eterno descontente e viajante…um eterno apaixonado por tudo o que faz colorir em frente à minha íris.
Sou Comandante do meu Navio com Porto já destinado mas o que deslumbra neste cruzeiro é as mil e uma correntes e marés que eu posso apanhar.
Não é simples nem fácil, mas também ninguém disse que o seria…crucial
Tenho Deus como chama de noite e como bússola de Dia
As minhas variações são inconstantes, são variações em plena fervura. Com o olho esquerdo vejo a realidade, com o olho direito vejo os meus sonhos…não seria loucura dizer que somos Um. Não tenho medo de nada e a Vida tem-me um sabor repleto de açúcar e sentimentos.
Particularmente, deu-me um gozo enorme escrever este capítulo…senti-me a voar.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Time and Time again# 3

"Tempo que urge para a frente é tempo que pode influenciar o Presente"

Variações de um Rebelde #36 Meio Mundo vs Meio Mundo

Meio Mundo faz e desfaz a grandiosa atmosfera que tão delicadamente respiramos, consola-me a minha existência e questiona as minhas acções. Proclamo à ordem o outro Meio Mundo que assim como a face escondida da Lua, eu desconheço.
Onde se encontram, onde se misturam?
Cabe aos jardins divididos por ruas, estradas, muros, casas...provocarem-se e conformarem-se com a sua própria existência, cabe a eles reproduzirem-se e unirem raízes, cabe a eles agir e misturarem-se. Da pequena gaivota ao grande filósofo, meio Mundo existe, mas mesmo este meio mundo não é tão grande como transparece ser.
"Meio Mundo descobriu-me e descontrolou-me."

Fez-me serrar o punho. No momento certo fez-me calcar agir, no momento inoportuno fez-me vincar aço e mastigar ossos.
O Vento vou e com ele meia nação de poeiras é transportada e ameaçada contra as arenosas Terras Virgens.
No Meio Mundo há Sol e dia, no outro Lua e Noite, há também, palavras que devoram o tempo que corre nos ponteiros do relógio assim como há acções que envolvem-nos em lágrimas e sorrisos.
Existe Meio Mundo que nos ataca, penetra, ridiculariza, reduz, trava, opõe, rasga, que se cala e destrói.
Penso eu que Meio Mundo não conhece meio Eu Ser, penso eu que há chãos que anseiam ser regados de palavras e inspirações, chãos que eu desejo passar e que nem o meio tempo do compasso chega para pensar no próximo meio tempo que vem.Há meio Mundo que me coça o sótão que há atrás da minha cabeça,assim como outro meio Mundo abre portas e janelas para o inesperado.
"Meio Mundo faz-me desesperar e faz-me ansiar até outro Meio Mundo encontrar..."

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Variações de um Rebelde #35 Retorno à Calma

Ser e estar seria, um dia, a Vitoria e o desespero dentro de um copo de galão. Do café curto e queimado, à clara e fina camada de leite branco.
O Caos...
Começa quando tudo o que nos envolve começa a conspirar e a dar-nos belas pedras no caminho para decifrarmos o seu significado...
Começa quando temos a necessidade de fazer tudo, e o tudo è-nos tão impossível e inviável estando este mesmo à nossa frente.
O querer e não puder... 

À sete dias que fazia Sol e o desespero era pedras de calçada numa avenida sem fim e eu ria como uma pequena e traquina criança nos frisos da mesma calçada. Tudo para mim trovejava e era cinzento como a cinza do cigarro do velho barbas marinheiro da praia.
Os meus cinco sentidos estavam apurados como os felinos e a raiva e a irritação eram a montra da janelas do meu quarto.
O próprio Mundo conspirava comigo e soprava ventos dos quatro quadrantes.
De Norte, trazia as temperaturas frias e marés revoltas; de Sul, trazia aquelas suas nuvens tentadas a chorar em cima do povo moribundo; do Oeste, soprava o descontentamento das Américas e os mistérios do Meio do Oceano Atlântico; e de Leste traz as temperaturas quentes e a sensação estranha de que algo irá mudar.
Nas infinitas horas, segundos e minutos que passam, há sempre palavras que ficam, gotas de água que caem sobre o papel, sabores que nos adoçam o espírito...há sempre quem vá e quem fique.
No Caos vou caminhando e a viajem é longa, mas hoje sou...hoje estou...e cada um conta a sua história.
O tempo vem e com ele sento-me à noite admirando o seu rápido movimento e o seu tom de cor...som e contraste.
Corro a minha corrida.
E no chão farto de folhas e poeira que eu me deito encontro velhas palavras dos falecidos poetas e profetas que imortalizam suas frases, palavras e os seus jardins de inspiração.
O Caos acalma com o desaparecer do nevoeiro assim como as marés com o desaparecer da lua...
fica a incerteza...
É inútil vestirmos o fado (fato) daquilo que não somos, é falso fazermos sorrisos de hienas, é comprometedor uma raposa tomar conta de uma capoeira.
Há algo que conspira na minha cabeça...
Viver e Dar... 
Corre-me nas veias este termo...
Viver e Perdoar ...
As habilidades do Ser Humano não passam por muito mais que isto, mas infelizmente já estamos carimbados a andar de má Fé e com Ouro nas mãos.
Hoje levanto-me e o Caos desaparece...
A Calma toma conta de mim e o queixo resguarda o meu ataque à Vida.
O "fiu fiu" é a minha 5a Sinfonia e ao meu vizinho sou o primeiro a dar a mão.
O Deus Natureza faz dos seus planos um ar que corre e que levita entre os meus dedos das mãos.
Deus Tempo corre em cima do grande metrónomo Espacial que separa marés cheias de marés vazias; Sol da Lua; o Calor do Frio...


"Não podemos ficar onde não pertencemos pois a realidade do Destino varia mutuamente com o Universo" - By Iúri Oliveira

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Folhas Soltas #5 Conquistadores

"Há mais de mil grãos de Areias e Terras que vincam entre fronteiras e dividem raças e conquistas ...Conquistas por terras, conquistas por par que fizeram brilhar aqueles que por cabos fizeram os seus contornos, por picos montanhosos colocaram suas bandeiras e por terras desabitadas colocaram seus Brazões."

Variações de um Rebelde #34 Abraça-me Mundo

Eu vejo-te a ir com a imensidão do pensamento.
"Porque vais tão longe? Onde Vais?"
Onde vais nesta linda vida guiada de belos cabelos cor de areia e um sorriso pintado de cor de fruta madura?
Há o contemplamentnto dos teus movimentos como se mais ninguém os fizesse. Únicos...
Na inteira Vida que percorres há misturas de cores e vivências. Há tanto mais para dar do que para receber...então caminha...vai com ele.
Ambos feitos de argila em que pela mão de alguém mil efeitos são dados.
Não há dúvida que a felicidade depende de nós próprios e o resto são marés que enchem e vazam com o seu próprio ciclo. Há flores no teu quintal que não sei a sua origem, mas são de uma grandeza inimaginável.
A tua casa construída por Mil-Homens representa a redefinição da borboleta que foste e pousaste no meu caminho onde eu um dia irei passar.
Agarrei-te e coloquei-te suavemente no meu Baú de magia que se encontra coberto pelo meu coração.
"E Tu?"
Coberto de Água, Terra e que desabrochas fogo das tuas entranhas e poluis o ar de Vida...de tal modo que o meu corpo está sujo e imundo da tua matéria. Admiro a tua revolta contra aquilo que deixaste crescer na tua pele.
Os sons, cores, relevos e mística fazem-me levantar e sorrir neste balanço Mundo, faz-me criar cenários e chorar perante este sorriso doce. Enquanto cresces as minhas rugas vão sendo tristeza e razão de chorar e sonhar. São ventos que vão e vêm no som da "cuica"...junta carinho e ternura enquanto eu me vou fazendo em pó e chá para dar de beber à infinita Terra.

Sobe com a tua Mãe de longos cabelos loiros e olhos de lince.

Relembro antes de fechar os olhos a minha grande e calejada mão, a colher frutas para comer e dar de alimento aos meus. Relembro as cores que vejo nas pessoas e as imagens que crio na minha cabeça...
Relembro o infinito chão e o meu tecto coberto de tristezas e estrelas onde os meus braços fazem de baloiço para o teu corpo e davam aconchego ao tom do teu respirar. Tudo fica nublado de tons de cinza e raia arrepios pelo vazio da minha cabeça. raia o prazer de correr sem destinos, o poder de chorar e aliciar pessoas, raia a vontade de cheirar jasmim e semear no meu jardim. Mais que tudo raia a vontade de nadar contra correntes até à exaustão.

Guia me Orientação Perfeita...

...à volta do meu habitat Solitário que tanto lhe peço para que me abrace. O meu local de imensidão e o meu porto de abrigo onde uma só vela estagna como luzeiro e ilumina a minha escura pele.

Essa mesma luz que chama Serenidade àqueles que agora dormem, Luz que arde quando a desordem se instala.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Variações de um Rebelde #33

A Caminho daquele caminho que me mostraram outrora antes de nascer. Com os passar dos tempos que nunca vivi, as palavras vão ficando cada vez mais confusas, mais dissipadas, mais vastas, como se o azeite e a água se misturassem.
Gostava de um dia puder descrever o teu movimento e ao mesmo tempo decorar cada passo teu, mas (in)felizmente estás sempre a mudar.
Sinto tanta coisa a desaparecer e outras a surgir como se nada fosse, enquanto isso o Sol vai me desfazendo a pele em velhice e rindo-se do meu bronze. Eu , como fugitivo, sinto-me sozinho pois não sei para onde ir, sinto me ser perseguido por algo.
Sou, impaciente pois eu sou o terceiro olho e tu o pó que eu piso, seria uma loucura se não nos tornássemos num Só!
Encontra-me, quero encontrar-me, encontrar o medo e a Glória de respirar Paz e Serenidade para saborear as sementes que plantei.
Ele espia-me no canto, no Céu, no Mar...
Ele faz de mim Velho Silêncio...
Ela dá-me os meigos abraços...
Eu continuo perdido...