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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Variações de um Rebelde #23 Sotaque de Terra

É nos socalcos da terra castanha, árida e seca que ouço os seu sotaque. Sim, ouço o seu falar e a sua tristeza. Vejo as suas lágrimas em forma de pedras redondas, quadradas, castanhas, vermelhas,, cinzentas....Elas gritam a mesma língua que eu, pedem para eu as amar.
O céu reluz o seu cinzento de Inverno duradouro e frio...das pedras faz estilhaços.
É nos socalcos da terra ainda por escavar que me encosto e leio as suas frases de poesias ao sol poente e nascente, leio as suas frases escritas nas raízes que rasgam o solo e fazem crescer o milho e o centeio.
Na janela do campo ao lado o senhor olha para mim com cara de desconfiado. Olha-me com cara de querer tirar-me desta paisagem para sempre.
***
Encontrei-me neste terreno, onde a língua da terra é a mesma que a minha, mas com uma diferença...

Ela ouve-me mas não me responde
Na minha vida é na terra que trabalho, e é dela que vivo, assim como o peixe da água. A atitude de rumar com a inchada na sua pele é bem visível nas minhas mãos inchadas e feridas. Uma dor que se sente no corpo e reflecte-se no meu olhar. A questão do fruto e da flor é eterno....
O Paradoxo da minha vida é constante...gostar ou não gostar, ver ou não ver, sentir ou não fugir...ir ou fugir.
As migalhas da frágil terra fazem-me ajoelhar sobre elas e gastar o meu pobre tempo que me falta nesta mesma terra a guardar estas mesmas migalhas...e esperar encostado nos socalcos...
Esperar até que o tempo me extermine e me torne parte da Terra que me fala e eu não ouço.... 

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Variações de um Rebelde #22 Em busca da Paz...


Não existe coisa mais triste que não ter Paz. Um sítio onde puder sentar e apreciar a pela perna e cabelos exóticos que cobrem a calçada num final de tarde onde o sol nos goza e nos conforma.
Puder amar e ser sonhador...Sim ser sonhador e transfigurar o real. Tenho sede da minha loucura de viajar, ensinar, e contar tempos partidos ao som das belas teclas pretas e brancas a riscarem-me o sorriso de Jazz. As vibrações rezam ao meu ouvido um novo segredo...Dizem-me que vou ter de viver com isto...viver com a desconfiança do dar a mão. O viver para Viver e Dar...
Os olhos dos homens que me olham de lado tornam-se tão pesados que por vezes tenho receio...Agradeço àqueles arrepios que por vezes vêm-me à flor da pele e me fazem rir e seguir sem medos. Poder sonhar acordado e assobiar como uma andorinha é uma dádiva que agradeço todos os dias...
Esquilo num canto de uma árvore à espera de uma simples bolota fresca e água pura...
Borboleta no ombro e Júpiter a gritar sobre a minha cabeça...
Quero ser alguém para dar a mão sem me olharem de lado e julgarem as minhas acções...
Quem me dera ser Sol e raiar todos os dias...
Mas quando vem a Bossa...diz-me que a vida é mesmo assim, com um sabor curto e pequeno de uma laranjada bebida pela palhinha rota...
Não queria nunca chorar de tristeza, pois isso mata-me um pouco todos os dias....
Mas tenho de sofrer e chorar...
Tenho que querer...
Tenho que te perder...
Tem que ser tudo isto triste? Não sei mas que nos dias de chuva e cinzentos aqueles cabelos loiros com nozes e iogurte me fazem babar lá isso fazem...
A minha alma não descansa nem faz nem desfaz...
Sofro com uma cruz cheia de farpas e bem pesada nas minhas costas...
Conformo-me apenas com umas mãos calejadas e sorrisos de crianças e pessoas, que me alimentam o ego e mexem comigo como o balançar sincopada do Bémbé.
***

Lá vem a dor de cabeça e a tristeza outra vez, com a companhia de uma nuvem cinzenta para me embater na cabeça. 
Sou sim sonhador, muito...
Choro...
Rezo...
Apaziguo...
Quero...
Viajo...
Sofro...
Tenho que querer tudo, para puder dar o valor ao nada que não quero....
Estranho não é?
Tenho tantos amores que é difícil dar atenção a todos, e esses amores não sabem disso...e espero que não leiam as minhas palavras de desabafo..
Fui tantas vezes morrer àquelas imagens e letras, cadernos, praias e caminhos...lembrar os meus velhos tempos de garoto insaciável por ver e conhecer...mas sim muito mais tocar....
Hoje quero-te e sofro contigo...quando me tocas e eu te toco...
Hoje, ontem e a manhã vou sofrer por dar a mão e ser mal interpretado...
Hoje vou ser diferente e virar as costas ao Mundo!? 
Mas quando olho sinto-me cobarde...Pois Júpiter é bem mais tempestoso e maior...Não tem água nem ar...
Ando numa corrida invejável e cansativa em busca de justiça...de saco e vara na mão
Quero viver e dar....não te quero a ti nem a tua ajuda...
Mas antes disso deixa-me morrer um pouco até amanha na minha paz de espírito que hoje não me deixaram ter....
A Gravidade hoje foi tanta que andava de queixo baixo e bem de marreco...O céu molhou-me de forma diferente e nem os ecos dos overdubs me animaram!
Quero Viver, sim? Não me amarrem nem me levem para a ilha que todos têm medo, pois lá o tempo passa mais rápido....
Não quero ir nem hoje nem amanhã nem nunca...quero ficar aqui a ser atraído pelas pernas da Lua e pelo seu olhar que me faz de 15 em 15 dias....um olhar cheio e atraente que me faz cometer as minhas pequenas traições...
A viajem não para e o tempo esgota-se...
Quero amanhã morrer num sítio bem isolado, apenas com o mar e o meu jasmim ao lado, na sua barriga..e com as mão dela na minha cabeça a enrolar-me o cabelo.
Hoje estou tão cansado que até as raízes que tenho agarradas no cabelo me pesam...
Hoje queria agarrar num escadote e subir ao sol e sentar-me bem aconchegado, pois o meu quarto é muito frio e não tenho cobertores suficientes para me aquecer...
Sim subir ao Sol e nunca mais olhar para este mundo...
Um Mundo cheio de tesouros que caem sempre em mãos erradas...
E tu? ela e ele? Eu e nós?
Os vales são longe mas chego lá...vou sair daqui....
***
Não existe coisa mais triste que não ter Paz...
Não existe coisa mais triste que não ter Paz...
Não existe coisa mais triste que não ter Paz...
Não existe coisa mais triste que não ter Paz...
Não existe coisa mais triste que não ter Paz....
La la la la la la la la la la la la.....


quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Variações de um Rebelde #21

"Dentro deste campo, é reconhecida a invasão do elemento. Falando a mesma coisa em diferentes ventos...Vem de Norte, Sul, Este e Oeste...O cereal, choca com o aço, assim como o papel choca com a madeira. Todos eles constroiem os nossos tectos que nos protegem do mais grandioso e templário céu. Ruge e rasga-se em dia e noite todos os dias...Mais e mais...em frente 
Gloria aos céus que nos suportam e nos acolhem de oxigénio.
Grita a conquista da Cultura e do Tempo que corre na ampulheta. Grita o Amor, que corre os sete sóis da China ao Brasil...
Quero sentir esse Teu Amor, tocar nesse Teu amor, respirar esse Teu amor...
No sangue corre a poeira e as pegadas...
Roubaram-me e Invadiram a minha Vila...
Os Impiedosos..."

Wadada 

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Variações de um Rebelde #20 Luz sobre a Escuridão

Pois as luzes foram feitas para iluminar e entre elas, os espaços vazios para nós adormecermos....
Luzes cósmicas e retoques de sabedoria...reduzem-nos a Pessoas magnetizadas que nos atraímos uns aos outros em forma de ímanes que não se separam como as nuvens  e o Sol.
Há quem diga reluz, há quem diga que nunca seduz...
Há quem diga que sente,, há quem diga que Ela mente...
Há quem nunca a agarrou, há mesmo que já lhe tocou...
Quem lhe tocou não ficou cá para contar...
Quem a vê, faz como eu...
Escreve até a luz nunca mais acabar...

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Variações de um Rebelde #19

Um levantar calmo e bem leve. O corpo emite energia, uma reza e acorda com um espreguiçar e uma explosão de sensação de mais um dia. O sangue começa a passar entre os meus capilares em velocidade furiosa e o coração toma o seu batimento normal: batimento seguro e calmo.
Os sons começam a entrar-me pelos ouvidos e fazendo dar à minha visão as várias cores dos vários objectos que me rodeiam.
As janelas dizem-me que chove, o silêncio diz-me para fugir para a rua, o corpo balança, a minha cabeça não pensa. Age logo...
Na rua chove e as janelas não mentem as suas lágrimas. No céu nu e cru um olhar torcido, como se nada quisesse com a sua Terra.
Onde a multidão andava, sentia-me distante. Apenas os meus pés flutuavam sobre a nossa linda calçada portuguesa. Observava o cão rufia e abandonado a correr atrás do velho gato esperto e ágil. 
Onde o barulho abundava, estava eu pleno e sereno, completamente incessível. Apenas as pequenas sinfonias dos pequenos frutos de sorrisos na cara, e as velhas rolas que já estas paradas conhecem à muito, é que sussurravam nas minhas orelhas. 
Insaciável por algo, sem saber o que, continuo a andar...
A invasão do sentimento de querer tudo, sem saber como, conquista-me os nervos, e a minha cara facilmente fica com um contorno de interrogado.
Parques, ruas, praias, estradas...
Dia e Noite...
Peço autorização para entrar nestes locais...
Nada me respondem, apenas sopram entre os meus dedos....
Dentro destes locais a «s minhas mãos tornam-se húmidas e trémulas de tanta energia...
Aí sim, sou invadido e deixo-me invadir pelos meus pensamentos, palavras, poesia, cores, paisagens e sussurros....
Espaços como estes dão -me asas para lançar fogo a velas e incensos..
O meu sangue fervilha, ri-se e  palpita todos os dias.
Sinto que os delays espreitam os lugares vazios da minha cabeça, à procura de espaço para poderem ecoar e fazerem do meu coração um metrónomo. O vento sopra-me todos os dias para um vento que dê para velejar, um vento humilde e próspero para ir à bolina de mares nunca antes conquistados.
Sou um eterno apaixonado por letras e palavras, frases e construções alfabéticas que fazem os povos ligarem os seus sonhos e os seus portos de abrigo.
Colares, pulseiras, conchas, cores, terra
os meus apetrechos...
Sou apaixonado por todos aqueles que um dia me fizeram olhar para eles e lagrimar. Todos aqueles cuja sua mensagem me despedaçou e me fez acordar com outro estado de espírito e me alimentaram com repletas sinfonias de Viagens.
As castas que levo no meu bolso serão um dia para semearem quando estiverem prontas.
As cores Verde, Amarelo e Vermelho as minhas combinações de guerra.
O Sol e a Lua, os dois grandes senhores dos Céus a quem eu falo e penso tantas vezes e tantos dias, e que lhes peço iluminação nos caminhos escuros, calor quando está frio..
Metal, papel, Aço e Madeira...
Melodias e tempos são as minhas equações que tanto tento desmistificar....são as minhas não Utopias que tanto tento alcançar...
Na vida tento dar o meu máximo de Amor às pessoas mesmo sendo mal entendido. Dar abraços e segurança...dar sem receber.
"Viver e Dar"
Perdoar, ao meu inimigo...e amá-lo como o meu familiar....
Socorrer so que mais precisam, mesmo que tenha que deixar os que mais amo para trás. é Uma Natureza ingrata que tenho vindo a descobrir, é uma Natureza que me deixa dentro de um barco sem âncora, logo nunca posso parar.
***
A chuva no solo quente arrefece e causa fumaça. Esta entra tua janela e diz te para não ires. O chão vai queimar. 
Vou sim, descalço e sentir o que os meus antepassados sentiram na pele, pois só assim poderei falar e ser alguém e descobrir o bom e o mau.
***
Vejo os pilares das ruas e dos edifícios como anjos que nos observam e nos contemplam como se fossemos Gladiadores. Lutando e comendo-nos uns aos outros como abutres. 
Entre Bestas e Reis...
Entre Víboras e Rainhas...
Entre o qeu é e não é tenho a certeza que o passado já não posso mudar e o amanhã nunca saberei.
Dos meus fortes e longos braços sairá sempre Paz...
Falamos a mesma língua em diferentes modos...
***
Destas ruas me despeço, com novas sinfonias e energias na alma...

"Hoje já passou, mas se amanhã não acordar, ficará aqui assente que percorri os caminhos certos e amei o meu inimigo como todos os outros seres...ficará aqui assente que o Amor é a Rebeldia por a qual é tento navegar"

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Variações de um Rebelde #18

Todos aqueles sabores da Vida, coisas subtis e simples como o simples respirar e o simples verter dióxido de carbono sobre toda a areia fina. O sabor do formigueiro do corpo quando estamos em repleto sofrimento. Sim, o sabor do arrepio e da procura da formula que à milhares de anos procuramos, a fórmula do porquê, a formula da questão.
O sabor do assobio, de nos deixarmos ir à subtileza de uma porta e debruçarmos o dedo sobre uma campainha, a porta a abrir-se e estenderem-se umas mãos e um sorriso para nos auxiliar. O sabor do suor a escorrer-me nas costas enquanto risco a atmosfera de ar meu. Não tenho medo, nunca, nunca....
Nunca seria loucura ir atrás de algo que nunca tive, ir atrás de sons, cores, pessoas, palavras, folhas, ondas, peles, terras, ir atrás de sofrimento e peso dum peso.
Correr atrás do quente pois aqui está frio, as minhas mãos húmidas e fracas.
Na rua vagueio com o meu passo ligeiro e vejo a minha irmã ao fundo da rua, brincando com a sua travessura...vejo o senhor sentado ao frio, por volta das 23:46, no canto da escadaria à espera da sua morte que nunca mais lhe bate à porta...a minha querida e amada mãe de que mais orgulho tenho e mais tenho, a chegar a casa cansada e derrubada do duro trabalho que tem, para arcar com dois filhos onde o pai nunca esteve perto, mas que muito nos ama.
As fotografias mudam e as molduras mantêm-se as mesmas...
Repleto de doenças e ruindade...esta terra seca e que muda de cor todos os dias...
Nas veias corre-me sangue... mas por vezes....
A raiva e a fúria descontrolam-me o olhar e os movimentos...
a minha cabeça...
tudo passa a strobos e em flashes tudo é pedra e tudo eu destruo-o...
Apetece-me cuspir em cima de tudo e tirar o tapete debaixo da porta e sacudir as poeiras para cima do chão e  pisar como se não existi-se amanhã.
***
Não consigo dormir, tudo é pesado e tudo me chama a atenção. O descontrolo é tanto que o corpo não para de me consumir a água que tenho, o coração bate e rebate, correndo atrás da quietude.
Na cabeça...

Cores, imagens, sonhos, tristezas, medos, arrepios...
***
Nos meus lábios:
Meu Deus...se estás aí dá-me só uma pequena luz...o descontrolo anda me a subir à essência e a vontade de querer devastar começa a ser a minha sede. Quero água da chuva para beber, e maravilhas para descobrir. No meu mundo não há a tristeza que encontro quando venho cá abaixo à Terra. No meu mundo a as sementes são o meu sabor e o meu alimento, e tu ensinas-me a criar o gado e a seu a tua ovelha. Aqui neste Mundo querem quebrar as correntes que tenho. As correntes da liberdade. Querem-me libertar para a ruindade e para a ganancia"
Só eu sei, e tenho a certeza que as minhas pegadas aqui vão ser curtas. Mas a Natureza do Homem perante a Natureza é assim...irá sempre contra Ela.
Um pássaro vem a esvoaçar, o Homem vai aniquilá-lo.
Um Homem cai no chão , ninguém o vamos apanhar...
A criança quer falar, o Homem nós vamos lhe bater.
***
Sagradas paredes que seguram o Mundo, paredes negras e profundas onde o infinito procura encostar-se...As estáveis órbitas que nos vão segurando, os magnetismos que nos vão orientando...a tristeza que vão criando ao longo do chão onde foram enterrados Homens que a Vida deram por nós...
O meu sabor pela loucura, fervilha e estremece-me como uma pedra caída num poço. O verbo querer é o verbo mais dito na minha cabeça, com respeito e equilíbrio...
Todos os sabores que me correm nas veias, são sementes que me corroem...Sementes...