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domingo, 21 de fevereiro de 2010

Consolação

Rebolei como pedra sopre um bocado de papel...Papel amarrotado e rasgado. Transformei-me em lápis e escrevi poesia de Júpiter. Fui Sansão, homem de tranças....
Fui cordas ao sol, ressoando poesias de tristeza.
Mão no céu, olhar bem focado, desenhei os contornos e bem devagarinho tirei a mesma. 
Pé no céu, contornado de nuvens e pássaros...foi impossível de a desenhar...
A consolação er tanta no olhar qeu perdi os sentidos.
Fui vento...
Voei pelas costas das caraíbas, quentes e paradisíacas, pelos montes frios dos Himalaias, pelas águas profundas do Pacífico.
Quero ser tempestade e beber água seca do chão torrado do deserto. 
Quero ser um furacão e ao soar dos meus gritos, esmurrar campos e fazer crescer túlipas, gereberas e paus de incenso sobre poças de água.
Quero perceber a praga Humana, que causa distúrbios e que se come dia-a-dia.
Mas mais que isso, quero cuspir fogo e incendiar céus, aquecer almas, engolir Mundos e estremecer galáxias.
Queria cheirar o azul dos céus e beber o azul das águas.
Mas não posso...
Pois neste momento sou louco viajado, onde de um risco pinto uma lagoa com dois portões para uma arca do tesouro no fundo dos mares, onde lá encontro uma carpete castanha onde me possa deitar a olhar para o meu rico e azul céu de Agua, espelhado e frio...
Quero uma pedra como almofada e uma manta quente para o meu corpo.
Enquanto não tiver isto...vou-me consolando com os tempos e contratempos ritmados e poli-ritmos...assenando a minha mão sobre o animal e a árvore. Hoje sou ontem fui...Mas..amanha vou ser uma pedra que vai rebolar ao vento e tempestade que vem do Ocidente...
Quero desordem na minha cabeça com uma lareira e um espaço para eu me sentar. Quero rugir e nada nem ninguém assustar. Quero mesmo é abraçar o mundo e no fim disso tudo ter sete rios formando um lago entre montanhas.
Não quero ter uma casa para morar, quero-te a ti...
A ti Meu Mundo azul e verde...
Consolado na desordem dos parasitas, e abraçado por uma pessoa que escrever para ti, e olha-te com todo o Amor e Alegria.
A ti Meu Mundo azul e verde...
Venham vibrações...Vai Vibrações...
Venham e fiquem...riam-se comigo, deitados nas areias húmidas da costa, transformando as nuvens em formas geométricas....

A ti Meu Mundo azul e verde...
Hoje sou barco sem porto de abrigo...navego com um marinheiro que dorme profundamente...espero bem não me desorientar.

Sou chama e água que me apaga
sou planta que agarra o Sol quando ele se transforma em Lua...
Hoje quero...
A ti Meu Mundo azul e verde...

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Viagens de um Sem Destino...#1

E lá ia o pequeno menino, na sua viajem por terras sábias onde o Sol e o chão se esmurravam e combatiam pelo calor inundado naqueles caminhos. Bem pequeno e magrinho, o menino cansado e de costas ao Sol, assobiava e lentamente trocava os passos com o Solo quente. Passeava e não sabia o seu destino.
Ele pedia prosperidade, pedia água...pedia uma noite fresca que desse para ele afundar os seus traços faciais para refrescar. Ele queria uma sombra, uma estrela para ele contemplar...
Terras sabias de Segredos, Misticismos, de Crónicas de grãos de areia e espaços entre os mesmos grãos.
Terras onde Reis e Comandantes passaram...
Terras onde eu agora me sento e escrevo sobre o Meu Povo...
Escrevo sobre um Espaço que outra foi queimado e destruído pela Inveja e queimado pela ganância.
Hoje vou transformar-me num menino e agarrar num lápis e ao som de cordas e shakers, vou viajar...
Vim um Leão, vi um jasmim, vi um milhão de caminhos, vi Música...
Escrevi páginas e um rebelde, bebi água da fonte.
Fiz viagens com o corpo no mesmo sítio....voei sem tirar os pés do chão...
Se houver Amor o Mel não se acaba....
Bebi chás, ri e dancei...
Quis o Mundo só para mim, mas agora o Mundo tem-me a mim nas suas mãos...
Ambos nos ajoelhamos perante algo transcendente a material físico e orgânico.
Deus...
Natureza...
Ar...
...
Quis ajudar o Mundo inteiro mas agora, é o mundo que me ajuda a mim...
***
Um dia o menino viajou,
riu e chorou,
mas naquela pedra se sentou, 
e ali apreciou...
A noite colocou-se mesmo à frente dele quando ele menos esperava. Abraçou-o de frieza e escuridão...
O céu com pena dele, automaticamente limpou os céus e naquele momento deu me uma estrela, um saco para levar às costas,um tambor, um livro e uma carteira com sementes.
Saco para levar as coisas boas e más às costas....
A estrela para orientar no caminho...
Um livro para a minha Vida...
e as sementes para deixar jardins de beleza por terras áridas...
O tambor para espalhar energias...

 Pela noite fora...Sobre Terras Sábias e escuridão imensa...
O pobre menino teve de fugir...
O Mundo revoltou-se contra os presentes qeu o céu lhe dera...
O mundo persegui-o...
O Menino Fugiu...
Souberam da sua vida, da sua mente sã...
O Mundo rugiu contra ele....
Por terras sábias ele fugiu.
Línguas malditas e olhos esfomeados de inveja...
O corpo dele não teve Paz...
Sua alma no mesmo caminho....
A Sua bendita estrela guio o seu caminho, e as suas ofertas foram com ele...as sementes colocadas e ninguém sabe o que deram...o seu tambor ressoou pelas brechas das árvores e do chão.
o Seu livro foi escrito, a sua saca foi ficando carregada...
Para onde vais menino?
Nunca mais ninguém o viu...Mas a estrela lá continua no céu...e as sementes a dar os seus frutos...

(Mudanças e novos caminhos. reflectiram-se um pouco aqui no meu blogue. Adicionei também a função de páginas e podem ver mais sobre esta pessoa que escreve no blogue.
Obrigado a todos os que continuam a acompanhar o Zion Pavillion.
Este espaço também é Vosso...)

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

A Minha Introspecção...

Ontem vi...
Um céu em degrade .... rodopiando de cores castanhas, vermelhas, e azuis num infinito céu.
Um cão roendo um pau moribundo e abandonado sobre a lama da costa da lagoa.
Aquela caravela no mar que cantava como um caco de vidro partido e sozinho no chão.
Um mistério profundo debaixo daquela árvore inóspita e redimida a onda que cobria a minha carrinha onde eu me sentava a comer um belo pacote de belgas e a ouvir aquele som que me faz voar.

***
Um Pescador frio e sem nada na rede ria e fumava aquele seu cigarro partido e dobrado na ponta.
Ria-me daquela linda e maravilhosa paisagem fechada num quadro pintado só meu entre os meus dois olhos. 
As ervas pisadas pelos trilhos de carros, a ave que sobrevoava e caçava o peixe, a belga  na minha boca que se partia e metade entrava na minha boca e o resto das migalhas cai-a no chão.
***
O frio que me aconchegava os ossos, o casaco e manta quente que não tinha. Os meus pensamentos que andavam sobre as águas calmas do paraíso, a companhia do Filipe, o som que amamentava o meu ouvido cada vez mais profundo.
***
Os nós das árvores que assinalavam a sua velhice, os cheiros que me hipnotizavam, os risos das pessoas que ali estavam comigo...
A música, o Introspectivo e a Calma que me corroíam o corpo.
***
O vento que aumentava, o Sol que se punha, o frio que congelava...o cão no meu colo, a minha Viagem....
***
O meu Mundo em que tento abrir as portas para mais gente me ensinar....

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Crónicas de um Viajado #5

Tic, tic, tac...
Tic, tic, tac...
Tic, tic, tac...

Não tem falsidade...Mas não sabe nada...
Coisas da vida que dou e em terra e suor é me pago. Corpo rijo e seco...castanho e sujo de maldade que é mandado dos outros para este mesmo corpo. Nunca saberá, nem tu nem ninguém o Amor que eu fabrico e esculpo com faca e mão cheia de calos e inchada.
Cidade de calçada e quadro pintado com Terra.
Mas então como será a minha Utopia?
Não serás tu, nunca, nem tu nem mesmo tu,mas sim Eu...
Não há maldade, não há.....
Coisas da Vida
Vem vozes .....Uhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh
Ahhhhhhhhhhhh
Uhhhhhhhhhhhhhhhhhhh
Ahhhh

Em forma de cores ressoam, ao som daquela catedral enorme sem fim. Catedral rústica e ferrugenta. Maltratada e ensanguentada com os sons da revolta que outrora ali foram disputadas.
Entro eu...
Podia ter medo, podia fugir, podia chorar e querer nunca mais entrar ali.
Mas Não!
Ali fiquei e ali comprimi o meu corpo...
Construí um pequeno canteiro com terra suja e pouco fértil. Era a única que ali havia. Vim á rua buscar um pouco de água da torrencial chuva de tempestade que cairá no chão de barro já misturada com ferrugem dos telhados.
Trouxe-a entre as minhas mãos lascadas da dor...
Ao vazar a água sobre a terra, as minhas mão tremiam, e doíam-me ao som das vozes do coro da catedral.
Coisas de Meu e Teu Imaginário. Eles não sabem Amar...Mas as vozes continuam a soar sobre as paredes feias do Monumento....
Será que irá crescer as sementes? Que fruto que flor, que árvore, que Vida irá ela ter?
Surdo fico com o ecoar de toda aquela tempestade que eu passo....
As velas de cera a desfazerem-se e a derreterem sobre as paredes  e a virem dar junto dos meus pés...
Sinto que Plantei, mas que nunca irei puder ver o fruto pois vou ter de partir. Não tenho folgo mas tenho força para me levantar.......Não tenho ruindade, mas tenho prosperidade... Estou cansado mas....viajo....
Se eles não tem Paz nem sabedoria....Desta cidade vou partir....
Vem vozes .....Uhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh
Ahhhhhhhhhhhh
Uhhhhhhhhhhhhhhhhhhh
Ahhhh
Está frio lá fora, e a bela da semente nunca mais cresce....
Deixei orações e rezas, deixei um pouco do meu suor e da minha audácia...
Limpei os olhos e curei as minhas brechas. 
As vozes ficam cada vez mais baixas à medida que vou saindo do Monumento....
Vou sofrer o resto da minha Vida...Pois insisto em dar...e as pessoas cada vez mais fogem de mim...
Vem o doce maduro e a fruta Verde....
Não és tu nem tu nem mesmo Tu....
Sou Eu e Deus...
Nós os dois...Sem preço e sem ganância...
Sim Meu Deus...Sou eu e Tu nesta mesa Redonda a falar e a beber chá...Quero tudo e nada vou ter...Por isso vou me sentar aqui contigo e aqui vou ficar...Aos portões desta Nossa Terra linda, onde as palavras dos nossos poetas ressoam aos nossos ouvidos com sussurros...Eu e Tu vamos pintando quadros e tocando instrumentos para passar o nosso tempo....Ver quando o nosso tempo infinito acaba e calculando quantos degraus são precisos para subir para cima do céu..e sentar-mo-nos na mais alta Lua à espera de adormecermos até nunca mais acordar-mos....
Enquanto isto, naquela Cidade, Catedral, ao som da tempestade, terra suja, água barrenta, vozes dum coro, e com o chão cheio de cera de velas, a semente está lá...

Ali está...
Ali talvez irá nascer...
Dela tenho saudades...
Ela Não sabe Nada...
E eu Nada Sei...

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Variações de um Rebelde #9

Hoje sou uma caravela rodeada de águas vivas. Ontem um ladrão de ricos.
Ontem recebi a notícia de um Rei Comandante para sair do meu Mundo.
Ontem, o Comandante crucificou o meu Amigo.
Sol quente...
Não quero morrer sozinho sem o meu vizinho...
Anda...
Manga, Goiaba e Pêra Abacate...
Hoje sou pescador Humilde que perde perdão ao peixe apanhado e escamado.
Amanha vou plantar uma gerebéra...
Lembro-me de me sentar e cabeça encostada à parede e dizer ao Sol bem baixinho
Á quanto tempo não te Observada..
Passeios sobre folhas secas e beatas de cigarros...
E de olhos fechados vejo um Jasmim despido...a olhar para mim....
Um dia vou, para bem longe...onde sete riachos e cascatas vão-se unir num só lago em forma de Oceano. Rica vida...
Vem relógios e andorinhas sobre ponteiros de Rosas dos Ventos.
Revelo a Rebeldia de um Ser Rei e Escravo Livre de um só ser invisíel e omnipresente. 
Vem o Leão...
História Literalmente escrita com sementes de um rapaz sentado com o seu pedaço de arte, contemplando um relvado verde e casas de dois andares. O dia nunca mais chega, mas a alma já lá está. Fui Viajante e Conquistador, Hoje Pobre e Feliz....
Histórias de Melancolias e pés descalços sobre aquelas terras vermelhas.
Os meus sete irmãos e irmãs a rir...O meu chapéu cómico e as calças brancas daquela menina. 
Já fiz tanta Oração ...já Pedi tanto a Deus para me levar aos sítios...Mas Meus Deus não ouve não...
Enquanto isso, levo um espanta espírito de conchas e um livro de desejos..levo um beijo e uma semente bem saudável para plantar no meu próximo campo de flores. 
O Sol raia no Céu como portas a rachar ao abrirem...
Espero, espero....
Salto e respiro....
Ando de um lado para o outro..
Um chá de camomila e um pão torrado...
Vem as vozes do meu ancestral e o sorriso é esborratado na minha cara. Tanta coisa pensada em apenas cinco minutos de sonho acordado encostado à parede.
No final vem a Luz e um som melancólico que dá vontade de dançar bem agarrado a Ela...
Aquela que parece uma estrela brilhante e que me responde de tão forma gigante que por vezes me assusto. Aquele seu brilho arrepia-me e pinta-me um nervoso nos pelos do corpo.
Ela que me diz...
Vai Rebelde...
Vou sim...retraçando arbustos secos e silvas afiadas. 
Sou louco e desafinado.Só rico sem um tostão....falo para eles meu Povo...mas eles não me ouvem não.
Vou comendo e rindo...
Vou cantando as claves e imaginando os ritmos nesta minha cabeça resumida a miolo de pão bem educado e amarelo como o milho.
Eles riem-se...
Enquanto o incenso arde à minha frente dou mais uma dentada e penso mais um pouco nas coisas que menos interessa aos anjos que eu vejo. Penso nas cores e construções matemáticas da Terra...
Penso no Barulho que sem dar conta, forma o som lindo e equilibrado com principio meio e fim.
Insisto a caminhar e a correr, que por mais ofegante que esteja e cansado, não paro. A vida corre-me e queima-me entre os dedos da mesma que quero agarrar.

Hoje bato chapa, malho Ferro, Vivo uma Paz
Hoje sou beijado e agarrado..,
Amanha quero construir um castelo...
Quero aquela terra Vermelha entre as minhas mãos castanhas escuras. Quero sujar-me de inspiração e dizer aquilo que tanto me vai na alma.
Sou cabana à beira do mar que treme com a tempestade tropical...tenho rede entre duas bananeiras e areia no quintal.
Vivo entre duas montanhas bem no horizonte longínquo...onde a Rebeldia do Fogo arde todas as noites contra a Luz da lua...arde e consome a madeira dada pela minha árvore...
Quando tudo isto está em brasa...
Fico a contemplar o meu jasmim branco, adormecido e enroscado na casca feia e áspera da cabana...Dorme tão profundamente..que não a acordo...
Pescador Viajado...Que Rebelde Fugitivo...que batuco irrequieto

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A Melodia do Macumbeiro... #3

Lá vem ele bem traquina...
Macaco de rabo grande...
Larga a garrafa de vinho tinto...
água da chuva é revitalizaste...
Perdeu-se no caminho,
numa cozinha ele foi parar,
Pediu à D.Maria...
Se podia ir descansar...

Foge macaco vais levar...
D. Maria não é burra não...
Bebe água, bebe, bebe...
D. Maria não é burra não...

Entre campos vêem as gereberas,
Procurando os Rouxinóis...
Vêem Malquereres, vêem Marimbas...
Que lindo som elas produzem..
Macaco ri-se mas não diz nada..
A D. Maria se te vê, levas uma parolada...

E nesta festa ando eu,
Em forma de vento...
Arrepiando o Rei...
Que quer comer e não dá nada a ninguém..

Mas agora está no tempo..
Vamos lá todos dançar...Trouxe magia trouxe cantiga..
Trouxe o ferro e a Mandinga...
Junto Quiabos e Lombi...
Faço Pirão e junto Jindungo..
Tudo na mesma Panela, tudo no mesmo tacho...
Vamos comer e rir junto ao riacho...

Lá está o Coroado cheio de fome..
Com o seu exercito de 40 Ladrões,
Cheios de fome bem famintos,
Preparam o fogo nos seus canhões....

Meu Deus, Avé Maria...
Venham desçam cá...
O que vamos fazer com o batalhão de Ali-Babá...
Querem nos roubar querem nos matar...
Nem o Macaco Traquina irá escapar...

Meu Deus, Avé Maria...
Vamos todos rezar...
Sobre conchas e colares, Macumbeiros e Orixás...
Queremos esta comida comer...
Pois não temos outra, ninguém nos dará...

Foge menino foge eles vão te apanhar....
Vamos à volta da fogueira vamos dançar...
Estes são os Salmos de Protecção
Onde o Vento e a Protecção nos vão Guardar.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Linda Cidade Mundo

Venham aqueles tempos laranjas. Tempos de cordas ao Sol, sentados na velha carrinha branca. Reduzirmos os nossos corpos à infinita pedrinha...a contemplar as chuvas de verão. A saudade daquela onda, daqueles tempos de um absurdo calor. Dias em que era tirado cada segundo para apreciar o sorriso dela e os seus cabelos.
Dias com a mãe e o pai e irmã a comer gelado como se nada fosse...
A vida é como uma nota música..
Soa bem e chama por mais
Ou Deus não me ouve ou então eu rezo baixinho....
Venham chuvas e calor tropical.
E lá vou eu rindo e vagueando pelas ruas como se a cidade brincasse comigo. Apreciando aquelas belas varandas e pequenos espaços verdes entre os cantos das cidades com beatas no chão.
Vou-me rindo ao olhar para o Sol e a Lua que lutam entre si para ver qual deles é mais bonito e qual deles é que me vai enfeitiçar esta noite.
Enquanto isso acontece no meu tecto chamado Céu, eu vou saboreando as luzes dos candeeiros no espaço. Sim as estrelas que me vão atirando flashes nos olhos e gozando com os meus pés tortos.
Bela Cidade..
Aqueles sábados chão por mim...sábados de praça cheia, sábados do povo de Igreja que vagueia com as suas preces e roupas de cetim. Sábados da bela volta no parque com um jasmim na mão. Um jasmim de calça de veludo branca, sandália castanha, colar até ao peito bem terra, blusa castanha escura e cabelos rasgando o ar impróprio para consumo. Lábios carnudos e sei lá mais o quê...
Sábados de gozar com a noite e o dia e deitar-me tarde à luz das velas e ao sabor de um chá de Marrocos.
Que bela cidade a minha, Cidade chamada Mundo...
Bola verde e azul pintada por um pintor que nunca ninguém o viu, outros nunca o iram ver pois Nele não acreditam, outros já viram em forma de pessoa, outros dizem que viram mas...
esquece....
Dias de quarto ao som duma rumba e laranjas e castanhos terra com verde e platina...
Flautas e pianos...shakeres e baixos bem grovados.
Quero...
Engolir terra e espirra sabedoria...Soprar e dançar aos olhos do macaco que veio da Baiha e me espera no canto enquanto a D. Maria cozinha aquela comida vegetariana para nós. Cozinha Quiabos e Lombi misturado com Pirão e pão de milho.
Sai daqui Macaco barrigudo....
Fala a D.Maria com a sua colher de pau na mão enquanto a panela deita água de fora e o macaco lhe deita a língua de fora.
Aquele meu pai...estranha pessoa calada e sábia...
Fala quando o ar menos espera ser respirado, acerta na muche e eis o Pedaço de Arte.
Aquele rapaz chamado Filipe, com o seu cigarro não mão rindo com os seus dentes brancos. Rindo com os seus olhos vidrados na pintura que irá pintar. Ele espera o momento certo...
Eis outro Pedaço de Arte...
E lá vem ela outra vez....vestido verde, e bege de alças....com a sua sandália castanha...sorrindo e parando o trânsito...
Oh chuvas de Verão...dão-me tantas saudades daqueles Invernos de chuvas frias e Primaveras onde fico a espirrar com o desabrochar do pó das plantas.
Aquele soldadinho sem uma perna que o rapazito leva na mão faz-me lembrar os meus velhos tempos de criança que sem ninguém me ver, os repito no meu quarto vendo os desenhos animados e rindo das macacadas.

"Á noite, aquele incenso chamando por nós dois em mais uma noite longa de risada no café da praia....Chama por corpos tontos"
Chama por um suspirar....
Viagens meticulosas aos domingos com trânsito à caça de estacionamento e lugar para bem estar para apreciar e a consolar o nada.
Dias de abrir as mãos até aos ossos ao som dos tambores falantes.
Para quê chorar? O Não posso nunca mais dizer que ... água mole em pedra dura tanto bate até que fura....

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Vagabundo que quer guardar o Mundo...

Caem os céus ás vezes sobre nossos narizes...
Vemos o que construímos a ser levado por uma leve brisa de ar...
Gosto de para e estudar as pessoas e ignorantemente não perceber nada delas...
Gosto de opostos extremos e ver a sintonia deles..
Um dia gostava de ser Príncipe e agarrar num jasmim e idolatrá-lo dia e noite ao som da Garota de Ipanema...
Por vezes corro e quero tanto uma coisa e acabo por cair naquilo que menos quero. 
Jasmim, Jasmim..onde andas tu?
Escalar a montanha e chegar ao topo. É o que todos querem....mas...e quando chegarem ao topo que acontece? Eu prefiro quando tiver quase a chegar la...descer a montanha e encontrar um novo caminho para lá chegar....
Quero um dia agarrar nela e construir um ar digno de se respirar. 
Vem ritmo e aquelas danças sincronizadas onde os corpos automaticamente se movem ao som das claves e cáscaras.
Querer toda gente quer...que Ironia.
Inspiração e cores...onde estão vocês?
Para que chorar? Há sempre amor, e um amanhecer...
Agora estou me a rir que nem um perdido após duas luas acordado como se fosse dia de estrela Sol.
Aquela "Vianneta" de morango nos meus lábios....
Aqueles amanheceres...
Aquele corpo esguio como um arranha céus mas ainda mais perfeito que as cordas de Sol dos trovadores de deserto.
Hoje vazio, amanha cheio como o belo som da Bossa-Nova...

Aqueles cabelos loiros juntos com tranças feias e
Só nós dois sabemos ser, Príncipe sem um tostão

Vou me sentando à beira do rio e mandando pedras ao rico que passa ao lado da minha casa...à espera que ele me possa mandar a mesma pedra de volta.
Arde som, aqui e no coração dela, arde esperança e desespero ...respira-se palavras e cometem-se loucuras.
O Sol nasceu..hoje e amanha também...