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sábado, 26 de novembro de 2011

Fibra Humana #2

"É do pó vermelho e da terra castanha que extraímos o Ferro, aquele que usamos para abominar a Natureza de aço e betão, e devastar o Ser Humano com balas. De quem mais nos dá é de quem agradecemos menos"

sábado, 8 de outubro de 2011

Fibra Humana #1

"Somos seres complexos e imprevisíveis, em que a nossa inteligência nos fez compreender para além das limitações. Só assim é que transformamos Pedra em Castelos, Ervas e Flores em Perfumes e o Veneno em na Cura." - Iuri Oliveira

domingo, 2 de outubro de 2011

Variações de um Rebelde #38 Castanho


Esta é a cor da minha pele. É a cor que pinta o meu corpo, o meu rosto, é a cor dos meus olhos e dos meus grossos cabelos.
Castanho é o nome do velho rei sem coroa que se sentou à espera de fruta e o tempo nunca lhe trouxe. É a cor das áridas pedras das muralhas e a cor natural do Outono.
Castanho é a cor da pobreza rica em grãos, sementes, missangas, frutas, areia, feijão, grão…
É a cor do tempo que pirraça e anseia por chuvas de Inverno…
Castanho…
Castanho escuro, castanho claro, beije. Da cor mão vem o vermelho, cor da Paixão, vem o loiro cor da Sedução. Laranja, cor da alegria, amarelo, a cor do Sol.
Nos cabelos dela há uma tela de mil castanhos espalhados dos quais eu nem sei o nome.
Cor do incenso, ouro e mirra que outrora os Reis Magos entregaram a Jesus nascido. A cor do vasto deserto.
É a cor do Samba e do Bolero. Cor da Rumba Porto-Riquenha e da Bossa-Nova. É a cor da morna Cabo-verdiana e dos instrumentos dos velhos músicos Afro-Cubanos.
Cor da Cruz…Cor do cântico da Ave-maria.
É a cor das casca grossa das mangueiras e dos coqueiros.
Cor do velho violão que soa e canta as rezas á volta da fogueira. Castanho é a cor do Destino.
Chocolate, Café, Avelã e Noz
É a cor do meu corar quando ela me acaricia.
Castanho é a cor dos velhos povos aniquilados pelos Colonizadores. É a cor da Música e do Chá. Cor da incerteza e da Revolta entre o leite branco e o Café…
Do pó e da Lama…

Cor do redondo seio quando descansa. Cor do Mistério e dos campos após a Guerra. É a cor de Marte e do gigante Júpiter. Cor das palavras e do Adeus. É o tom do meu Sentimento e do balanço da alegria. Cor da queda do dia e do início da Noite. É a cor da queda de Impérios e dos diamantes brutos e outras pedras mágicas que vêem o futuro nas mãos do velho Umbanda
Castanho é a cor da voz de Cesária Évora e da Mayra Andrade, cor da escrita de Alberto Caeiro.
Cor dos sabores dos pratos da minha Mãe e do tempero do meu Pai…
Cor do meu palco de sonhos e do meu Altar.
É a cor de Argila que cobre o meu olhar quando foges das minhas mãos enquanto te moldo.
Cor dos Efeitos e da Magia. Do murmurinho das Orações. Desta cor nasceu as pirâmides do Egipto e dos Incas. Desta nasceu o som dos três surdos Brasileiros, dos Palancas e das minhas cicatrizes. Do meu secreto esconderijo quando algo conspira contra mim.
É a cor que equilibra qualquer outra cor quando se encontra sozinha.
Cor de África, Índia, Equador, Abissínia e Tibete…Brasil, Indonésia e Cuba.
Cor do meu papel e do lápis que eu nele escrevo…

sábado, 1 de outubro de 2011

Variações de um Rebelde #37 Cidade de Deus

“Se olhares para a energia de outra Cidade admirável…multiplica por dois”
É inquestionável tal beleza, tal tamanho e simplicidade, tudo junto num só território onde se respira admiração. Neste espaço verde, atravessam caminhos de terra batida vermelha em que as margens são calçadas de gerebéras. A relva espelha a vontade da brisa do vento que ousa por vezes refrescar as cores e o sagrado espaço. À medida que se vai chegando mais perto do centro , vê-se arcos em tijolo de burro suspensos por grandes pilares desenhados com imagens aleatórias de todas as forças que invadem o Planeta.
Fogo, Ar, Terra, Água, Sol, Lua, Pó…
Ao entrar no centro do átrio principal, a Cópula erguida por dez pilares…Em volta desta, apenas pequenas casas de telhado laranja e rodeadas de Natureza, envolvem o lindo monumento que caracteriza a Cidade.
“A cidade onde a palavra Utopia jamais será usada. Cidade onde até o Fogo refresca e onde podemos tocar no Sol”
É nos tons de branco, beije, castanho escuro, Azul,. Laranja torrado, Verde Terra, que a Cidade se rege como vestes do Povo.
Velas e pequenas rochas, acompanham os estreitos caminhos por esta Cidadela. Todos fazem algo em troca de um sorriso, são olhares bonitos de tal forma que a própria inveja se transforma em gargalhadas difíceis de evitar.
As virtudes de um Homem podem ser semeadas em campos férteis e  dar frutos mágicos para se comer.
O cheiro da Metrópole é seco e suave…como o cheiro da chuva quando embate na terra…
O chilrear dos pássaros invoca a vontade de admirar as grandes trepadeiras que cobrem as casas e os caminhos. As cores todas são a mais perfeita mistura que jamais um pinto gostaria de ter na sua tela, pastosas e misturadas com água são a textura e a aguarela indicada para a ousadia da Perfeição.
As frutas e aromas são o fresco da Nação.
Tudo é espantoso ao ponto de se dançar à Lua e dar graças ao Sol…tudo se faz como se fossemos contemplados.
Da privada biblioteca do Velho Mágico, saem folhas soltas para darem cor ao transparente vento que vagueia. Da Cidade, desabrocha cascatas vindas dos quatro Oceanos que alimentam a Rebeldia dos Rios.
Por baixo da Cópula, um átrio de espelhos, ergue-se e faz frente ao infinito Céu
“Uma sala de espelhos”
Neste mesmo átrio, Mil-Homens gritam silêncios que se fazem ecoar por infinitos quilómetros.
Tais Cidades Megalómanas de Reis e Imperadores de todos os cantos do Mundo são obrigados a ajoelhar-se e a tirar as coroas com cortesia face a este altar.
“À mão de Deus, ninguém A pode culpar … e quem o tentar fazer terá a Sua ira”
Ao por do Sol dá-se a oração de agradecimento e no amanhecer boceja-se um dia ao Planeta.
“…sim meu caro mano, esta terra é para todos vivermos juntos e felizes…” Quintas 2011 9 20
Quem semear sonhos, colhe alegrias e é entre as brechas das alegrias que também há espaço para o silêncio, tristeza e para o soar de quatro acordes do piano…há espaço para o dia chorar e de tudo abrandar.
Há tempo para o orgasmo do silêncio vir à flor da pele, baixarmos o queixo e desavirmo-nos encharcar desvanecermos no equilíbrio da balança…tempo para o pó se misturar na chuva, tempo para as lágrimas formarem poças, tempo para o frio fazer atear a chama, tempo para o som das ondas, levemente, consumirmos a alma e deixarmos tudo ir…
“De jardins a Canteiros de água, de tristes Homens a Estátuas de Heróis”
Todos os dias o coração bate, com ele é acompanhado uma energia quente cheia de coragem. Quando parei e contemplei este local, tudo serviu para me mostrar o quanto nós somos pequenos face ao grande Hércules. Ao mesmo tempo mostrou-me que nem sempre o grande peixe é que come o pequeno. Fez-me ver que há quem ainda acredite que, há quem ame, há quem viva com nada e do nada consiga fazer tudo.
Sou um rapaz que amo O Deus Natureza mais que qualquer coisa no Mundo. Sou um rapaz que amo mais que tudo aqueles que me saúdam…sou aquele que mais que ninguém gostava de conseguir carregar todas as coisas e pessoas que mais amo às costas e colocá-las neste local que é o meu repouso, o meu credo e o meu cubículo que a minha imaginação ousou criar para eu repousar.
Aqui estou, este sou eu…um eterno descontente e viajante…um eterno apaixonado por tudo o que faz colorir em frente à minha íris.
Sou Comandante do meu Navio com Porto já destinado mas o que deslumbra neste cruzeiro é as mil e uma correntes e marés que eu posso apanhar.
Não é simples nem fácil, mas também ninguém disse que o seria…crucial
Tenho Deus como chama de noite e como bússola de Dia
As minhas variações são inconstantes, são variações em plena fervura. Com o olho esquerdo vejo a realidade, com o olho direito vejo os meus sonhos…não seria loucura dizer que somos Um. Não tenho medo de nada e a Vida tem-me um sabor repleto de açúcar e sentimentos.
Particularmente, deu-me um gozo enorme escrever este capítulo…senti-me a voar.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Time and Time again# 3

"Tempo que urge para a frente é tempo que pode influenciar o Presente"

Variações de um Rebelde #36 Meio Mundo vs Meio Mundo

Meio Mundo faz e desfaz a grandiosa atmosfera que tão delicadamente respiramos, consola-me a minha existência e questiona as minhas acções. Proclamo à ordem o outro Meio Mundo que assim como a face escondida da Lua, eu desconheço.
Onde se encontram, onde se misturam?
Cabe aos jardins divididos por ruas, estradas, muros, casas...provocarem-se e conformarem-se com a sua própria existência, cabe a eles reproduzirem-se e unirem raízes, cabe a eles agir e misturarem-se. Da pequena gaivota ao grande filósofo, meio Mundo existe, mas mesmo este meio mundo não é tão grande como transparece ser.
"Meio Mundo descobriu-me e descontrolou-me."

Fez-me serrar o punho. No momento certo fez-me calcar agir, no momento inoportuno fez-me vincar aço e mastigar ossos.
O Vento vou e com ele meia nação de poeiras é transportada e ameaçada contra as arenosas Terras Virgens.
No Meio Mundo há Sol e dia, no outro Lua e Noite, há também, palavras que devoram o tempo que corre nos ponteiros do relógio assim como há acções que envolvem-nos em lágrimas e sorrisos.
Existe Meio Mundo que nos ataca, penetra, ridiculariza, reduz, trava, opõe, rasga, que se cala e destrói.
Penso eu que Meio Mundo não conhece meio Eu Ser, penso eu que há chãos que anseiam ser regados de palavras e inspirações, chãos que eu desejo passar e que nem o meio tempo do compasso chega para pensar no próximo meio tempo que vem.Há meio Mundo que me coça o sótão que há atrás da minha cabeça,assim como outro meio Mundo abre portas e janelas para o inesperado.
"Meio Mundo faz-me desesperar e faz-me ansiar até outro Meio Mundo encontrar..."

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Variações de um Rebelde #35 Retorno à Calma

Ser e estar seria, um dia, a Vitoria e o desespero dentro de um copo de galão. Do café curto e queimado, à clara e fina camada de leite branco.
O Caos...
Começa quando tudo o que nos envolve começa a conspirar e a dar-nos belas pedras no caminho para decifrarmos o seu significado...
Começa quando temos a necessidade de fazer tudo, e o tudo è-nos tão impossível e inviável estando este mesmo à nossa frente.
O querer e não puder... 

À sete dias que fazia Sol e o desespero era pedras de calçada numa avenida sem fim e eu ria como uma pequena e traquina criança nos frisos da mesma calçada. Tudo para mim trovejava e era cinzento como a cinza do cigarro do velho barbas marinheiro da praia.
Os meus cinco sentidos estavam apurados como os felinos e a raiva e a irritação eram a montra da janelas do meu quarto.
O próprio Mundo conspirava comigo e soprava ventos dos quatro quadrantes.
De Norte, trazia as temperaturas frias e marés revoltas; de Sul, trazia aquelas suas nuvens tentadas a chorar em cima do povo moribundo; do Oeste, soprava o descontentamento das Américas e os mistérios do Meio do Oceano Atlântico; e de Leste traz as temperaturas quentes e a sensação estranha de que algo irá mudar.
Nas infinitas horas, segundos e minutos que passam, há sempre palavras que ficam, gotas de água que caem sobre o papel, sabores que nos adoçam o espírito...há sempre quem vá e quem fique.
No Caos vou caminhando e a viajem é longa, mas hoje sou...hoje estou...e cada um conta a sua história.
O tempo vem e com ele sento-me à noite admirando o seu rápido movimento e o seu tom de cor...som e contraste.
Corro a minha corrida.
E no chão farto de folhas e poeira que eu me deito encontro velhas palavras dos falecidos poetas e profetas que imortalizam suas frases, palavras e os seus jardins de inspiração.
O Caos acalma com o desaparecer do nevoeiro assim como as marés com o desaparecer da lua...
fica a incerteza...
É inútil vestirmos o fado (fato) daquilo que não somos, é falso fazermos sorrisos de hienas, é comprometedor uma raposa tomar conta de uma capoeira.
Há algo que conspira na minha cabeça...
Viver e Dar... 
Corre-me nas veias este termo...
Viver e Perdoar ...
As habilidades do Ser Humano não passam por muito mais que isto, mas infelizmente já estamos carimbados a andar de má Fé e com Ouro nas mãos.
Hoje levanto-me e o Caos desaparece...
A Calma toma conta de mim e o queixo resguarda o meu ataque à Vida.
O "fiu fiu" é a minha 5a Sinfonia e ao meu vizinho sou o primeiro a dar a mão.
O Deus Natureza faz dos seus planos um ar que corre e que levita entre os meus dedos das mãos.
Deus Tempo corre em cima do grande metrónomo Espacial que separa marés cheias de marés vazias; Sol da Lua; o Calor do Frio...


"Não podemos ficar onde não pertencemos pois a realidade do Destino varia mutuamente com o Universo" - By Iúri Oliveira

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Folhas Soltas #5 Conquistadores

"Há mais de mil grãos de Areias e Terras que vincam entre fronteiras e dividem raças e conquistas ...Conquistas por terras, conquistas por par que fizeram brilhar aqueles que por cabos fizeram os seus contornos, por picos montanhosos colocaram suas bandeiras e por terras desabitadas colocaram seus Brazões."

Variações de um Rebelde #34 Abraça-me Mundo

Eu vejo-te a ir com a imensidão do pensamento.
"Porque vais tão longe? Onde Vais?"
Onde vais nesta linda vida guiada de belos cabelos cor de areia e um sorriso pintado de cor de fruta madura?
Há o contemplamentnto dos teus movimentos como se mais ninguém os fizesse. Únicos...
Na inteira Vida que percorres há misturas de cores e vivências. Há tanto mais para dar do que para receber...então caminha...vai com ele.
Ambos feitos de argila em que pela mão de alguém mil efeitos são dados.
Não há dúvida que a felicidade depende de nós próprios e o resto são marés que enchem e vazam com o seu próprio ciclo. Há flores no teu quintal que não sei a sua origem, mas são de uma grandeza inimaginável.
A tua casa construída por Mil-Homens representa a redefinição da borboleta que foste e pousaste no meu caminho onde eu um dia irei passar.
Agarrei-te e coloquei-te suavemente no meu Baú de magia que se encontra coberto pelo meu coração.
"E Tu?"
Coberto de Água, Terra e que desabrochas fogo das tuas entranhas e poluis o ar de Vida...de tal modo que o meu corpo está sujo e imundo da tua matéria. Admiro a tua revolta contra aquilo que deixaste crescer na tua pele.
Os sons, cores, relevos e mística fazem-me levantar e sorrir neste balanço Mundo, faz-me criar cenários e chorar perante este sorriso doce. Enquanto cresces as minhas rugas vão sendo tristeza e razão de chorar e sonhar. São ventos que vão e vêm no som da "cuica"...junta carinho e ternura enquanto eu me vou fazendo em pó e chá para dar de beber à infinita Terra.

Sobe com a tua Mãe de longos cabelos loiros e olhos de lince.

Relembro antes de fechar os olhos a minha grande e calejada mão, a colher frutas para comer e dar de alimento aos meus. Relembro as cores que vejo nas pessoas e as imagens que crio na minha cabeça...
Relembro o infinito chão e o meu tecto coberto de tristezas e estrelas onde os meus braços fazem de baloiço para o teu corpo e davam aconchego ao tom do teu respirar. Tudo fica nublado de tons de cinza e raia arrepios pelo vazio da minha cabeça. raia o prazer de correr sem destinos, o poder de chorar e aliciar pessoas, raia a vontade de cheirar jasmim e semear no meu jardim. Mais que tudo raia a vontade de nadar contra correntes até à exaustão.

Guia me Orientação Perfeita...

...à volta do meu habitat Solitário que tanto lhe peço para que me abrace. O meu local de imensidão e o meu porto de abrigo onde uma só vela estagna como luzeiro e ilumina a minha escura pele.

Essa mesma luz que chama Serenidade àqueles que agora dormem, Luz que arde quando a desordem se instala.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Variações de um Rebelde #33

A Caminho daquele caminho que me mostraram outrora antes de nascer. Com os passar dos tempos que nunca vivi, as palavras vão ficando cada vez mais confusas, mais dissipadas, mais vastas, como se o azeite e a água se misturassem.
Gostava de um dia puder descrever o teu movimento e ao mesmo tempo decorar cada passo teu, mas (in)felizmente estás sempre a mudar.
Sinto tanta coisa a desaparecer e outras a surgir como se nada fosse, enquanto isso o Sol vai me desfazendo a pele em velhice e rindo-se do meu bronze. Eu , como fugitivo, sinto-me sozinho pois não sei para onde ir, sinto me ser perseguido por algo.
Sou, impaciente pois eu sou o terceiro olho e tu o pó que eu piso, seria uma loucura se não nos tornássemos num Só!
Encontra-me, quero encontrar-me, encontrar o medo e a Glória de respirar Paz e Serenidade para saborear as sementes que plantei.
Ele espia-me no canto, no Céu, no Mar...
Ele faz de mim Velho Silêncio...
Ela dá-me os meigos abraços...
Eu continuo perdido...

terça-feira, 24 de maio de 2011

Zion Pavillion: A Melodia do Macumbeiro... #2

Zion Pavillion: A Melodia do Macumbeiro... #2: "'Hum, Quem outrora dissi, c´á minha cásinha era ruela...Era malaico confusão, e...Quem dissi isso, realmenti não viu, não respirou, à minha ..."

domingo, 3 de abril de 2011

Variações de um Rebelde #32

...e é de baixo que trepo até chegar aos Céus. Céus esses que brindo com alegria e coragem, para não entender tudo o que me ronda mas sim, respirar o pouco que me aconchega. De pó somos, em pó nos tornaremos, mas é nos ventos que quero ser enterrado e é nas cores que pintam a Terra, que eu quero ser transformado.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Variações de um Rebelde #31


 Sol é sempre Sol, e a Lua há-de ser sempre Lua...


A lua Brilha por causa do Sol...

Tudo gira...tudo se mistura

No Universo, perto de Deus

Tudo se ouve, tudo é Poesia
Mas por mais que grite
às vezes Ele não ouve as minhas preces.
A Íris do meu olho arde ao ver tal culminar...
Âmbar e aura Dourada
entre pétalas de Jasmim e som de Koras...
Incensos e Velas...
O espaço curva-se perante este altar.
Ir e vir...
Deixar-me derreter como a cera...
Ser ou não ser, Pó?
Agarra-te e fugir...
Encher-me de adrenalina e dizimar apenas com o olhar...
Separar mares e Montanhas...
Dormir..
Transformar a noite no Dia...
Em busca do tesouro



quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Variações de um Rebelde #30 Volta Inspiração

Nos quatro cantos do mundo tudo é devastado por frequências imunes à distorção. Vibram os quatro cantos do mundo com tanta beleza e harmonia emanada por as nossas vozes, passos. Imaginem só o mundo sem nós falarmos, apenas os sons dos nossos passos, o respirar e a Natureza a emitir som entre os vales e montes, mares e oceanos...
É dos céus que ruge a minha capacidade de ver, ouvir e sentir...
Tudo é orgasmo e tremor...
Três incenso, três velas, chá de camomila com mel, o mar à porta e no meu tecto um manto de Universo infinito que hoje até teve e particularidade de me cair em cima e me levar a sensações nunca antes desconhecidas. Levou -me a locais onde o meu silêncio era a única coisa que esse mesmo local pedia. Locais onde só pedia para eu olhar e não tocar. Parece que me estava a querer dizer algo...
Ali sentado a Vê-lo a desabrochar cores e a cair cada vez mais pesado em cima de mim, ao ponto de o vazio ser tão profundo como os veios das palmas das minhas mãos.
Quando mais penso que estou concentrado é quando esse mesmo Universo me empurra cada vez mais para dentro dele.
É nos olhos vidrados e comprometidos que te vejo a perder na escrita e na minha eterna teimosia do querer e não querer.
Sentado, bem no frio e sozinho, entre estes elementos, a estática e o desespero roem-me as orelhas por trás enquanto nas mãos a dormência de pegar num lápis e rasgar os mundo em carvão, torna-se cada vez mais forte.
Nas 24 horas diárias, tudo para mim é tão intenso que por vezes rendo-me aos segundos...e esqueço me de os respirar.
Mas continuo sentado...a ver-te. Na tua luta com as cores que vais harmonizar hoje com a noite, a ver como vais incendiar o âmbar. 
Ao fundo do horizonte os veleiros perdidos gozam-me olhar, brincado nas suas derivas...
Mas eu quero mais...
(Não sei se) Desisto do meu egoísmo de querer moldar o Mundo como outrora o fizeram e morreram queimados ...
Moldar o Mundo pelo bem e ser crucificado.
Sentado...os prados verdes fazem-me cócegas na cara com os seus entre-ventos, e os moinhos nos cumes das montanhas giram misturando e enganando a rosa-dos-ventos.
(Não sei se) Vou me deixo cair de costas ou fujo...
Este  sítio é tão especial para mim...faz de mim algo em algum lado com alguma coisa à procura de voz.
Faz de mim um existente trovador...
Um pequeno trovador...
Ela foge..e nada fica..
É como os desenhos na areia..

Precisava de ser assim?
Sentado à espera dos meus céus...
Sentado enquanto a inspiração me foge outra vez entre os dedos e o Sol se esconde nestas 18:35minutos...
"Se não sei lidar com a tempestade, posso sempre cantar à chuva"

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

sábado, 8 de janeiro de 2011

Crónicas de um Viajado #7

Hoje vai chover....
Diz a velha ilha que se encontra visível na imensidão azul.
Desde a velha senhora sentada à espera de morrer no banco da praia, até ao casal apaixonado saboreando a língua um do outro, a amargura e a doçura espalha-se...
Correr que nem um desalmado para que o Mundo não me caía em cima. Feliz sou pois é no Mundo que eu rebolo e bebo a sua essência.
Hoje vai chover....
Conquista de Areias do Deserto áridas e Virgens... A minha viagem submete-se a cheiros e a sabores de agridoce. Sabores como A Fúria e a Honestidade. Fogo e a Água. Terramoto e Humidade. Canteiros de Água e Pó...Sede e Satisfação....

Hoje Pardo, amanhã Morto...Outrora fui Fogo e Jamais serei Rei...
Hoje vai chover...
Os paradoxos dos grandes Filósofos, as conquistas de Vasco da Gama e Cristóvão Colombo, os campos semeados de D. Dinis, os Salmos cantados em todo o Mundo, as trovoadas de África do Sul, as Tempestades no Texas, as mortes em Ruanda, os Deuses da Índia....
As rubricas e escritas dos que jamais souberam escrever, os sons produzidos por aqueles que jamais souberam o que era a notação Musical.  
 As cores de África, Tibete e Indonésia...
Hoje vai chover...

Hoje os castelos caem dos céus como gotas de água.
Cada vez mais sinto os ares a roerem-me a entranhas e a Vida a despedaçar-me cada vez mais. Sim, sinto -me cada vez mais a viver e a pintar os quadros. Quadros estes as minhas pegadas...
Hoje vai chover...
Rio de cada gota como me riu de cada lágrima que largo sobre Terra amarga e seca...Hoje chove...amanhã o chão será a minha pele...

Ahhhhh aiéééé aieéééé....

Folhas Soltas #3

E é o que acontece quando um Furacão e uma pétala se encontram, quando o Mundo se derrete e se divide entre silêncios, quando não há mais nada a fazer....
O olhar torna-se leve e suave...
E a Fúria e o orgasmo se misturam...
O coração bate de forma incontrolável transpirando Vida...

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Variações de um Rebelde #29 Manhãs Brilhantes

Só Deus sabe o quanto me esforço.
Há dias que a inspiração não me vem, assim como há dias que Deus grita tão alto ao meu ouvido que das minhas rezas faço pequenas sabedorias aos meus ouvidos.
De manhã rezo ao bom Pastor...
E é nas montanhas situadas a este que a sabedoria brilha como auroras boreais e o tempo despedaça os segundos que perco a olhar para o Sol.
A relva parece pequenos grandes tapetes de seda fresca.
De coroa na cabeça, o Bom pastor diz me para ir para casa, ajudar a família e apreciar juntamente com eles o raiar da manhã.
Dos meus lábios a saliva pede leite e mel para acompanhar.
Só Deus sabe....
o quanto me doí o corpo de levar esta cruz que tanto prezo e gosto.
Só Deus sabe....que neste pequeno coração, cabe lá o Sol da manhã e horas e horas de Amor.
Sentado no topo do Mundo, tudo é sereno e calmo como o voar dos colibris. Tudo é brilhante como o âmbar acabado de sair do coração das árvores. A copa das árvores é verde...e os chão parece barras de ouro puro.
Deus diz-me para não me lembrar do caminho para casa mas sim para seguir o caminho que se abria no meu sonho. No meu cabelo e no meu corpo não sinto frio nem calor, sinto e bebo a sabedoria que me faz mover estes pés feios cheios de calos da longa caminhada. Faz com que a minha alma se levante primeiro que o meu pesado corpo de carne e ossos, para se espreguiçar.
Só Deus sabe...o quanto sou maravilhosamente feio e as suas preces são ouvidas e escritas em actos meus.
Da montanha, os mares a oeste gritam por aqueles que lá a alma deixara, flores, cartas e preces. Nas suas areias nascem pequenos jasmins selvagens...
Anda meu irmão, anda minha irmã...
Estes que estão a dormir...e não querem ir para casa..
Porquê ir para casa, se o Mundo é a Casa...?

Gargalhadas melancólicas do sono saem das gargantas dos meus irmãos.
Hoje não tenho ninguém para sentir o meu Amor e as minhas cruas e quentes mãos, rasgadas por marcas de nascença. Marcas de prosperidade e de um destino de trabalho duro. Disto não temo... 
La em baixo das nuvens ouço os risos das crianças traquinas brincando ao caça.
"A razão de ser Humano é encontrar a peça do puzzle que faz com que o relógio pare e realmente olhemos para as coisas que a nossa Casa Mundo nos dá"

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Variações de um Rebelde #28 6º Sentido

Um moinho. Um espaço onde me inspirei. No solo enrugado e torto, num solo seco e mal semeado nascem blocos de granito com um tecto em cone de telhas de barro cor de laranja.Um grande tronco invadiu e atravessou este tecto e na sua ponta, quatro velas faziam deste moinho um templo do vento, onde o equilibrio e o repouso eram constantes...
Falésias. Escarpas enormes com um declive bastante acentuado, coloridas de malmequeres, caminhos encruzelhados e bastante dificeis de chegar à água. Contudo nada é impossível. O céu pintava as terras molhadas com a água de lama, e construia pequenos rios onde eu esbarrava a todo o momento.
Foi  ao agarrar aquela vela que senti que já andára nestas terras à muito século. Contudo continuava a derreter-me como a cera das velas, lentamente e bem quente...Daquele espaço saiu poesia e um sorriso esboçado ao som das vozes dos irrequietos bichos da madeira que consumiam mais um bocado da porta velha e já consumida. O frio já era algum, mas nada que não se aguenta-se. Foi um raio de luz no meio da escuridão.
Hoje a inspiração varia como os ventos, ora está Norte ora está Sul. Mas aquela imagem do velho pintado a aguarelas continuava a fitar-me o olhar como se me estivesse a ler por dentro.
Reluziu-me na cabeça os momentos felizes que tive sobre tempos de um rapaz meio perdido mas sempre orientado. Rapaz esse que partilhava Amor, ria de qualquer magia enlaçada no ar. Desde um rio à brincadeira do cão da vizinha.
No ar encontro pequenos padrões de tempo que me inspiram e me dão sede de viajar, viajar entre os meus pensamentos que se encontram espalhados no quarto.
Hoje sou aquilo que outrora sempre quis ser, e amanhã sei que o Mundo vai me deitar a língua de fora.
Azul , Verde, Castanho é as vestes do nosso Globo, e eu acredito que com mais harmonia e bons pensamentos o possamos meter mais, sim cada vez mais colorido e fascinante. 
Faço dos sons do Planeta as minhas palavras sábias, saber quando arrancar e ficar. Saber quando me esconder e quando respirar. Saber os perigos e os seus segredos. 
De ser Humano para ser Humano, a linguagem modifica mas eu não gosto de boas maneiras. Não gosto de rir quando a sociedade conspira, não gosto de vaidades, não gosto de boas maneiras nem de colarinhos brancos. Gosto de risos com chá verde e frutos vermelhos. Gosto de uma vela a derreter ao sabor de uma noite fria.
Quando a Virtude do Mundo, que ainda não descobri qual é, conspira aos meus ouvidos dá-me vontade de rir, pois alimenta-me de energia cósmica e faz-me fervilhar por dentro como se fosse rebentar. Hoje sou um vagabundo, silencioso com  olhar  castanho e com melodia variada.
Tenho razões para chorar e sonhar, pois há alguma coisa nesta terra de Gregos e Troianos que me rasga a cara de marfim branco, há uma combinação de tons e padrões de tambores que fazem o meu coração pulsar e saltar de tons ao som de pagodes. Subir nas alturas e grisar o meu corpo até à dor. Encher-me de Amor e amar-te a ti, a ti e a ti também, beber do Mundo o máximo de conhecimento e deitar-me como se nada soubesse, pois o Mundo gira e Tudo se mistura.
De pedra em pedra os gatos ao som da noite escura são pardos. Procuram o seu repouso enquanto perdem mais uma das suas sete vidas.

Vem da Baiha os Macumbeiros com as suas vestes e colares, rezando ao fogo e à Prosperidade. Pedem Felicidade enquanto os seus pés se bronzeiam à cor da fogueira.
Caminho nas pegadas do meu Pai, do vento fresco e do fogo que me arde na garganta, espero pelo devastar do meu corpo em poeiras, que a Terra irá consumir . 
Vivo num sonho e quando morrer acordo noutro lugar.... E na Meditação bebo a Paz...

domingo, 2 de janeiro de 2011

Variações de um Rebelde #27

É quando todo o Mundo roda e as cores se misturam, quando as águas estremecem contra as rochas das falésias, quando o leão ruge, quando os fogos se cruzam e o frio aumenta...
Tudo fica em silêncio e rezo ao fogo para que não me queime...
Sinto a harmonia que os planetas, luas e Sóis trocam entre si...as suas melodias e os seus suspiros.
Durante vinte e cinco minutos o meu pescoço ganha folgo e resistência para virar a minha cabeça e os meus olhos para o vazio. O vazio a quem eu faço perguntas todos os dias. 
Ontem foi diferente....
Céu estrelado, risonho e sereno...ninguém conspirava contra mim (pensava eu) ...
O silêncio cobriu-me de tal modo que se os meus olhos fossem fogo, teria fustigado tal infinito...
Naquele espaço tão mágico que eu medito, havia uma escultura nascida de betão, azulejo e aço...quando dei por mim tinha um Sol e uma Lua, a fitarem-me o olhar enquanto olhava no céu.
Tal Rei e tal rainha raiando os meus olhos, e eu sem resposta dos céus. Deixaram de ser minutos e foram horas, até o meu pescoço e pernas ardem de dores.
Nem um avião, nem um colibri....
Não houve um vento, nem uma estrela cadente...
O silêncio incomodou-me e Deus não me respondeu...
Na minha cabeça corria perguntas e rodízios...
Rugidos e rumbas abertas....
O espaço ficou assombrado, e com o Rei e a Rainha a olharem para mim parecendo que me iam crucificar. 
Das palmas das mãos às palmas dos pés o sangue ferveu... as lágrimas caíram no chão como se fossem ecos de teclados, o coração aumentou o seu batimento de tal maneira que parecia que tudo ao meu redor era câmara lenta...
***
Foi no Amor e no espaço que estava a minha resposta...e foi o fogo que queimou tal criatura que inveja a Princesa de cabelos loiros...
***
Nestas pedras e azulejos deixei uma carta aos céus...carta de respiração e Paz...carta para separar montanhas e blocos de pedras...carta para parar o rebanho e o Pastor...carta para raiar Sol e e agradecer pelas labaredas e pelo fervilhar dos corações que há em redor do meu Pequeno Mundo...Corações em que me inspiro e encontro a coragem e o cheiro a mel, abacaxi, manga, chocolate, jasmim, Terra e Ar...encontro estes elementos para crescer...e um dia...Sim, quando morrer a missão estará cumprida...e será passada às crianças estes condimentos....e neste espaço...que deixo o meu Pequeno coração...ser levado pela Natureza, pois Dela não temo...
***


"Quem tiver medo do frio, aprenda a dançar com ele, aquele que pensa que possui ter o conhecimento total, cairá na ignorância. Aquele que ousa um dia pedir misericórdia sem a dar ao próximo, será fruto matéria vazia dentro de átomos. O que ficar para trás e levar o carneiro aleijado às costas, será um dia transformado em pó para flores, e nos campos será semeado para grandes campos floridos e arremessados de Amor e Paz. Deus não morre..."