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domingo, 17 de janeiro de 2010

Viajens a Chuva...

Hoje levanto-me. Ergo-me sobre grandes quedas de neve e frio. A gula e a preguiça fogem como se algo temessem. Meu corpo, grande e firme deita para fora um tremor e com ele fecho os olhos.
Eu canto…
Eu canto…
Eu Rezo…
Eu Falo…
Sobre prados verdes eu caminho como a ovelha à procura do seu pão de ervas. Caminho à vontade das palavras que por Deus me são segredadas ao ouvido. Da sua palavra não temo.
Venham prados verdes e seus frutos.
Venham aquelas cantigas que outrora foram cantadas e ditas no Livro das Profecias. No Livro em que os é segredado a todo o Mundo as Palavras do Leão.
O Livro em que os Salmos são cantados sobre cornetas e tambores. Onde ao serem cantados se abre os portões para um novo estado de Mente e de espaço. Um sítio em que as constelações mudam constantemente e onde corre um rio sobre campos e montanhas. Onde a Casa onde todos vivemos é coberta de flores e o Amor é prefeito. Um sítio onde a sabedoria das ervas e sementes é usada e passada para o nosso vizinho.

Vou à rua e dou uns passos. Tudo é cinzento mas nada me desagrada. Para uns uma paranóia, para outros nada, para mim Natureza e os seus feitos. Canteiros de água em forma de poças.
Água vinda dos céus?
Qual é o outro Universo em que existe tal maravilha?
Maravilha passada à insignificância para os cegos que só vêem o ouro e o titânio.
Água vinda dos céus?
Aqui a água é sugada e deitada fora. No deserto é sugada e chorada por mais.

O sol todo molhado e frio consegue subir a uma nuvem e dizer “Olá”. Infelizmente ninguém o ouve nem ninguém repara nele. Caras tristes e deprimentes. Mentes fechadas sobre o dinheiro e o tempo que passa. As correrias atrás de fumaças de veículos. O movimento da Urbanização sobre rodas e carris. O movimento sobre veios eléctricos e asas. Tanto movimento e pouca alma. Metal roubado das pedras. O plástico do seio da terra e petróleo.
Mais uma vez vou dando uns passos e tento passar-me despercebido do mundo que me rodeia. O mundo responde-me com duas chapadas de torrencial chuva e ar. Empurra-me para a margem de um rio e abre-me as pálpebras para ver a arca escondida no fim do arco-íris. A chuva molha-me de tal maneira que já nem me importo, pois tal maravilha é para ser contemplada.
As leis de Deus são por mim usadas e guardadas. São cuidadosamente dissolvidas num chá de espiritualismo e Meditação.
Que mais posso dizer?
Foi atirado fogo sobre as torres gémeas. Foi desencadeada a Guerra no Iraque. Foi exterminada noventa e cinco da raça indígena. Foi exterminado o pulmão da Amazónia. Foram escravizados os meus conterrâneos em África.
A Vida é real e o fogo quente. Fogo que no Livro das profecias promete cair sobre aqueles que seguem Leis humanas. Leis de competição e de corrupção.
Vejo o Sol de braços cruzados com as cores do céu. Cores do céu batalhando para ver qual delas permanece até ao fim.
Querem-me atirar para um Mundo de hienas e canibais. Querem cobrir o meu coiro com aço e pele de animal em forma de chicote. A única coisa que eu tenho que carregar às costas é a cruz que Deus me deu. Carregar o Sol que me foi dado nesta manhã.
O Sol que é gritado por mim e desenhado por órbitas celestiais de outros planetas e Luas.

Abro os olhos para a fúria, velocidade e caminho que me foi dado. Nada vou dizer pois quem diz nunca faz. Vou me calar e subir à árvore chamada Vida.
Não vale a pena lançar dados à vida pois ela já está escrita na nossa menina dos olhos. Escrita em forma circular como um ciclo que tem um princípio e um fim. Abro os portões sem sento-me à porta.
Eu canto…
Eu canto…
Eu Rezo…
Eu Falo…
Canteiros de águas que caiem dos céus, dignos de serem vistos, sentidos e não de serem ignorados ou escondidos. Digam às crianças de que precisam as árvores. Digam às crianças as Leis e a Verdade. Ofereçam a elas como a mim me foi oferecido um Livrinho de Desejos. Onde honestamente e conscientemente as nossas palavras, pensamentos, desejos e sonhos são colocados. Palavras que vão ser imortalizadas em carvão e papel, seram absorvidas pelo consciente e enviadas para um Universo próprio onde habita o âmbar e um banco. O âmbar será a pedra onde iremos trabalhar o Desejo e o Sonho, e o banco onde nos iremos sentar a contemplara nossa arte.
Viajei sobre raças poderosas e árvores infinitas de altura. Mas fui parar a um mato a arder. Nele entrei mas nele não me queimei. Soprei uma borboleta e o seu bater de asas apagou o fogo e criou uma nova paisagem onde cascatas caiam em poças rodeadas de colibris.
Foi me dada uma ordem de deus para olhar para os Céus e ver a arca onde todos estavam a salvo da tempestade causada pela desordem Humana. Uma menina loira e de olhos de tigre agarrou num pincel e molhou-o num pigmento castanho e pintou no espaço umas escadas para eu subir. Não pensei duas vezes….
Ao som de uma melódica contemplei a segurança daquela arca.
A frase do porão dizia tudo…

O Amor é a coisa mais principal da Vida…
A direcção da Arca era indefinida…mas nela estava a salvo. Luz, prosperidade e sabedoria dos aniões era os nossos ensinamentos. Sobre colinas e montanhas passamos e no nosso rasto pétalas de Coroas Imperiais eram largadas.


Quando meti o chá à boca tudo isto se resumiu a uma gota de água que caíra na minha testa e deslizou até ao meu nariz em forma de lágrima. Da janela do quarto apreciei o meu barquinho dentro de uma garrafa e a chuva que caíra sobre o vidro partido .

1 comentário:

Anónimo disse...

Ó tempo volta p trás! ao ler este teu excerto recordei com uma lagrima no canto do olho os tempos em ia te ia buscar a carrinha e te dava ovinhos Kinder, lembras-te!? Eras um priminho mto especial para mim que e o destino fez afastar-nos :-( já passaram 15 anos, o o k eu sofri com isso!!! Admiro-te muito pelo que és.Gostei e gosto muito de ti meu primo KIKO.Tens um blog lindo. BJS.